sexta-feira, 19 de junho de 2009

E o esgoto? Vai bem?

(Foto: arquivo 94fm.com.br)
TÁ DI BOA!!!


Terceiro milênio, século XXI, ano 2009, mês de junho (quando é comemorada a Semana do Meio Ambiente), dia 08: “O esgoto está muito bem do jeito que está”.
Essa foi uma das frases do vereador José Segalla (DEM), na última sessão da Câmara, ao criticar o possível financiamento do município com o governo federal, no valor máximo de 100 milhões de reais, para a construção de uma estação de tratamento de esgoto na cidade. Mesmo depois de seu colega de oposição, o vereador Amarildo de Oliveira (PPS), ter alertado na sessão anterior (01/06) o quão grave é o despejo de todo o esgoto da nossa cidade no rio Bauru, que posteriormente deságua no Tietê.
Apesar da infeliz declaração do” demista”, outros oposicionistas não descartam a importância da estação de tratamento, apenas não a consideram uma prioridade, ou então, não acham que compense o endividamento com o governo federal (que já é enorme – cerca de 1,1 milhão de reais mensais – 900 mil somente de juros).
Dessa vez nem o “bombeiro do governo” Renato Purini (PMDB) conseguiu apagar o fogo dos oposicionistas, que criticaram duramente o fato de o prefeito Rodrigo Agostinho ter prometido durante a sua campanha verba do fundo perdido com o governo federal para as obras da estação de tratamento e agora vir à tona a possibilidade de um financiamento por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O prefeito teve que ir à Câmara no intervalo da sessão ordinária e se reuniu às portas fechadas com os vereadores para explicar um assunto que, segundo ele, deve ser exaustivamente discutido e que foi antecipado pela imprensa. Na verdade, quem antecipou a discussão foi o deputado federal José Paulo Tóffano (PV), que anunciou entusiasmado à imprensa no dia 1º, na Câmara Municipal, que Bauru estava inscrita entre as cidades que poderiam receber o empréstimo de até 100 milhões do PAC Saneamento graças aos esforços do prefeito de Bauru e da vice Estela Almagro (PT). Rodrigo Agostinho, inclusive, foi pessoalmente a Brasília protocolar o pedido.
Mas voltando à reunião do prefeito com os vereadores, parece que o encontro ajudou a acalmar os ânimos. O tom mais ameno no discurso de alguns vereadores era notável, vide o tucano Marcelo Borges. Rodrigo Agostinho garantiu a realização de audiências públicas para discutir a construção da estação de tratamento de esgoto. Além disso, afirmou que não serão emprestados os 100 milhões em sua totalidade.
O prefeito explicou que parte da verba pode ser conseguida sim por meio do fundo perdido. Outra parte viria do fundo municipal do Esgoto (taxa que é paga pela população todo mês ao DAE). Ainda existe a possibilidade de parcerias público-privadas e com o governo do Estado de São Paulo. Apenas uma parte do custo da obra – que deve girar entre 80 milhões de reais no total – viria do financiamento junto à União.
Por enquanto, resta a esperança de que o prefeito mantenha-se convicto da importância e da necessidade de resolver a questão do esgoto em Bauru e não vire as costas para a causa ambiental, que sempre foi sua principal bandeira de luta, até mesmo por sua formação como ambientalista.
Cuidar do planeta, começando pelos rios da nossa cidade, hoje, é questão de sobrevivência.

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